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Visões econômicas no futebol mundial

  • renangiorgeti05
  • 12 de abr. de 2018
  • 8 min de leitura

Evolução do futebol e a influência da economia no esporte


A evolução do esporte, juntamente com as técnicas, mobilizou os dirigentes das equipes dos campeonatos nacionais e internacionais. O resultado disso foram as famosas transferências de um clube para outro. Existem muitas transferências milionárias que geram grande publicidade para os jogadores e suas equipes.


Os meios de comunicação acompanharam a evolução desse esporte e a televisão começou a transmitir as partidas, porém, os rádios, por sua vez, vieram primeiro com as grandes narrações dos jogos. Foram esses meios que ajudaram o futebol a ganhar mais adeptos e, no decorrer dos anos, cresceu o interesse dos patrocinadores por esse tipo de evento.


A habilidade dos jogadores é extremamente importante para o desenvolvimento do espetáculo chamado futebol. Os mais talentosos são cobiçados pelas equipes, por empresários e técnicos. Os valores para contratação de jogadores ficaram cada vez mais altos, com isso muitas empresas passaram a patrocinar essas equipes e elas utilizam esse dinheiro para trazer os grandes nomes do futebol.

Mercado de Transferências


O mercado de transferência foi evoluindo e contratar jogadores de futebol passou a movimentar os caixas dos clubes. No fim dos anos 1970, Pelé se transferiu para o time norte americano New York Cosmos, a maior transferência do futebol da época. Comprado por 7 milhões de dólares, esse valor foi rapidamente superado por valores maiores.

Ao longo dos últimos anos, o futebol tem-se tornado um setor econômico que direta e indiretamente afirma a sua crescente importância. No quadro de uma crescente mercadorização do jogo e da sua progressiva definição enquanto espetáculo, são inúmeras as transformações em questão.


O futebol apesar dos golpes, como o escandaloso caso de corrupção na FIFA, que explodiu nesta semana é uma indústria que gera expectativa no planeta e 50 bilhões de dólares, aproximadamente 146 bilhões de reais.


É um espaço no qual as instituições financeiras se tornaram os maiores investidores e em que a febre do futebol há muito tempo já ultrapassou a Europa e a América Latina. Agora, o negócio se expande à China e aos países árabes em busca de espectadores ao redor do mundo, ninguém escapa à sua influência.


Bilionários árabes e russos compram clubes das ligas europeias, enquanto as grandes marcas veem um grande paraíso para os seus interesses.

E mesmo isso criando uma grande desigualdade não importa que a desigualdade, criada por esse investimento entre os clubes, separe cada vez mais os clubes com poder aquisitivo maior, contra um de menor potencial de investimento.


Já que nesses clubes ricos, jogam os melhores atletas, com receitas econômicas absurdas. Como podemos ver abaixo, uma lista com os jogadores mais caros e quanto custaram. (Atualizado na temporada 2017/2018 e valores em euros)


Neymar Junior - € 218 milhões

Harry Kane - € 186 milhões

Paulo Dybala - € 166 milhões

Romelu Lukaku - € 165 milhões

Antoine Griezmann - € 147 milhões

Kevin de Bruyne - € 140 milhões

Luis Suárez - € 134 milhões

Éden Hazard - € 121 milhões

Mohamed Salah - € 101 milhões

Cristiano Ronaldo - € 96 milhões


Não é grande o poder de investimento, caro leitor?

Porém, essa mudança não pode ser entendida, sem entender o que está por trás das quatro linhas. Somente no ano passado, de acordo com dados do site transfermarket, os clubes profissionais gastaram 3,6 bilhões de dólares para contar com os serviços de jogadores de qualidade internacional.


Mas de onde vem esses valores astronômicos? se olharmos bem, vamos perceber que os 20 principais clubes da Europa são patrocinados por companhias aéreas dessa região do mundo: Barcelona (Qatar Airlines); Real Madrid, Paris Saint-Germain, Arsenal, Milan (Emirates) e Manchester City (Etihad Airlines) compartilham destino.


Por sua vez, os Emirados Árabes Unidos é o maior investidor desde 2005 em patrocínio de camisetas de times europeus. Há uma década, nem sequer estava presente na indústria, após alguns anos, o investimento gira em torno de 163 milhões de dólares.


Mudança no cenário de contratações no mundo


Como se vê, a geopolítica do futebol também tem suas próprias contradições. Os dois maiores mercados do futuro, a China e os países árabes, coincidem com territórios onde a democracia é fraca.


Por outro lado, a África, que conta com a Nigéria, o país que mais ama o futebol no planeta, não são vistas como um grande polo consumidor desses clubes e infelizmente as marcas não veem o continente como um potencial consumidor. Ainda assim é um verdadeiro viveiro de talentos, mas não de renda.

Enquanto o futuro chega ao Novo Mundo, no Velho Continente, a bola se tornou um ímã para as finanças. Entre 2005 e 2014, os bancos e as seguradoras gastaram mais de 1 bilhão e 206 milhões de euros para patrocinar as camisas de suas seis principais ligas, revelando que o universo financeiro em conjunto com o turismo, são os pilares da trama do futebol, mas sem esquecer do dinheiro.


A máquina de futebol deve ser preparada com muito dinheiro porque, do contrário, ela para. Um jogador do Real Madrid recebe, em média, 166.180 euros por semana e um do Barcelona 155.452, calcula a consultoria especializada em salários Sportingintelligence.


Esses números referem-se apenas ao salário, pois alguns jogadores são autênticos ímãs de dinheiro e patrocínios. Cristiano Ronaldo trabalha com Emporium Armani, Herbalife e KFC. Além disso, estima-se que receba mais de 9 milhões dólares anualmente da Nike e 2 milhões da Emirates.

Outro gênio da bola, Messi, faz dinheiro com a Turkish Airlines, aproximadamente 2 milhões de dólares e Adidas, 9 milhões. Enquanto isso abre mercado no Japão e na China, onde promove produtos locais.


Não há dúvida de que a forma de manter o cachê passa por ganhar títulos e campeonatos em casa. Mas o sucesso requer mais e mais dinheiro e a pressão passa para os clubes. O gasto com transferências que um clube da Liga enfrenta para estar entre os três primeiros colocados do campeonato, calcula o CIES Football Observatory, saltou de 279 milhões de euros na temporada 2009/2010 para 362 milhões durante a temporada 2014/2015.


Um aumento de 51% e nesses mesmos períodos de tempo, os recursos destinados às contratações de jogadores por parte dos cinco principais campeonatos europeus, que são, Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha, aumentou de 7 bilhões de dólares para 9 bilhões. Um aumento de 25% em seis temporadas.

Por isso o futebol, principalmente o europeu, vem sofrendo com esses gastos absurdos, assim aumentando a distância entre os clubes ano a ano. Mas caso você ainda não esteja vendo isso, é fácil, somente é preciso ver o quanto arrecada Barcelona e Real Madrid, em relação as demais equipes do campeonato.

Mudança no acordo de patrocínios entre clubes, ligas e empresas


Isso seria algo inatingível para outros clubes em outros tempos, mas um começo de mudança passa por equilibrar a distribuição dos direitos de televisão, que são a principal fonte de dinheiro.


O novo acordo de direitos de mídia centralizada estabelecido pelo governo espanhol tem o intuito de chegar a uma distribuição mais equitativa, como na Inglaterra e na Alemanha.


E se a relação entre a equipe mais rica e a equipe mais modesta era de dez para um, agora poderia estar em três para um. Com essa nova aritmética, as equipes irão quase dobrar seu faturamento. Passariam de dividir 800 milhões para 1,5 bilhão, incluindo a venda dos direitos internacionais.

Contudo, equipes como o Manchester United, Real Madrid e Barcelona, por exemplo, ainda teriam superioridade, como podemos ver na atualidade, já que isso se deve ao fato de além de ter um poder aquisitivo superior as demais equipes, tem uma enorme torcida em todo o mundo, quem consome a maioria dos produtos produzidos, por eles, aumentando ainda mais a arrecadação desses clubes.


Os clubes e suas fontes de dinheiro e patrocinio


O futebol é também um esporte darwinista submetido à tensão do talento e aos interesses do dinheiro. Na Espanha, a maioria dos grandes clubes (com exceção de Real Madrid, Barcelona, Osasuna e Athletic de Bilbao) são Sociedades Anônimas Esportivas (SADs) e são obrigados a apresentar demonstrações financeiras auditadas e sua dívida não pode exceder 100% dos recursos próprios.

Essas normas são consequência das graves dificuldades financeiras que muitos clubes enfrentaram durante bastante tempo. Na temporada 2013-2014, ainda apresentavam um passivo de 496 milhões de euros junto à Fazenda.


Apesar disso, o negócio está melhorando. Nesse mesmo período, a LFP [Liga de Futebol Profissional] faturou 2,328 bilhões. Uma cifra que cresce há vários anos e contribui para que 0,75% do PIB espanhol.


Em contraponto a esse cenário, a fraqueza, combinada com o potencial desse esporte, atraiu para o futebol espanhol investidores tão diferentes como Peter Lim (Valencia), Carlos Slim (Oviedo) ou Abdullah Al-Thani (Málaga).


Um movimento que se reflete noutras grandes ligas com nomes e destinos diferentes. Daí que Mansour bin Zayed Al Nahyan (Manchester City), Roman Abramovich (Chelsea), Shahid Khan (Fulham), Erick Thohir (Inter de Milão) e Dmitry Rybolovlev (Monaco) representem, principalmente, a oligarquia russa e árabe que compra um clube.


No entanto, recentemente, a Forbes, revista especializada em finanças, divulgou a lista dos dez donos de clubes de futebol mais ricos o mundo e, apesar das loucuras que fazem os donos de clubes europeus, como Roman Abramovich, russo dono do Chelsea, o líder da lista é um mexicano, dono de três times.


Segue abaixo a lista, com os respectivos donos dos clubes

1° – Carlos Slim (Pachuca-MEX, León-MEX e Real Oviedo-ESP) – 50 bilhões de dólares - Antigo dono da antiga maior fortuna do mundo, é dono de um conglomerado de telecomunicações mexicanas.


2° – Paul Allen (Seattle Sounders-EUA) – 17,5 bilhões de dólares - É cofundador da Microsoft e é dono também do Seattle Seahawks, da NFL, e Portland Trail Blazers, da NBA.

3° – Dietrich Mateschitz (Red Bulls do mundo) – 13,2 bilhões de dólares - Co-fundador da marca de energético, tem um time na Fórmula 1 e quatro times pelo mundo. O New York Red Bulls-EUA, o Red Bull Salzburg-AUT (primeiro clube da franquia), Red Bull Brasil e Red Bull Leipzig-ALE.


4° – François Pinault (Rennes-FRA) – 11,5 bilhões de dólares

Dono de um conglomerado de empresas de artigos de luxo, é dono do clube francês desde 1998.


5° – Lakshmi Mittal (QPR-ING) – 8,4 bilhões de dólaes. Empresário indiano do aço, adquiriu parte do clube inglês em 2007.


6° – Dietmar Hopp (Hoffenheim-ALE) – 7,9 bilhões de dólares - Alemão do setor de softwares, começou a investir em seu clube o coração, que saiu da quinta para a primeira divisão e teve um novo estádio. Desde 2015, comprou parte do time e passou a ser seu dono.


7° – Stan Kroenke (Arsenal-ING e Colorado Rapids-EUA) – 7,7 bilhões de dólares - Fez fortuna no ramo imobiliário dos EUA e investiu nos esportes. Além do Arsenal e do time da MLS, é dono das franquias Los Angeles Rams, da NFL, Denver Nuggets, da NBA, Colorado Avalanche, da NHL.

8° – Dmitry Rybolovlev (Monaco-FRA) – 7,7 bilhões de dólares. Russo do ramo de fertilizantes, adquiriu 66% do Mônaco em 2011 e ajudou na reconstrução do time francês.


9° – Roman Abramovich (Chelsea-ING) – 7,6 bilhões de dólares - Russo do setor financeiro e energético, é um dos mais famosos do mundo do futebol, desde que comprou o Chelsea em 2003, ajudou o clube a vencer quatro títulos ingleses e uma Liga dos Campeões.


10° – Silvio Berlusconi (Milan-ITA) – 6,2 milhões de dólares - Ex-primeiro ministro italiano e também membro da mídia, comprou o Milan em 1986, sendo um dos mais antigos do ramo, antes das “modernas compras”



Mas o que podemos dizer sobre o futuro desse esporte, que conquista mais fãs ao redor do mundo, a cada ano que se passa. Porém o futuro dos clubes deve ser esses mesmos, deixando de lado a tradição de eleições nos clubes para escolha de uma diretoria, ou serem vendidos as pessoas que tem como mantê-los na ativa por vários anos?


Essa é uma reflexão que devemos fazer, que não somente os analistas, jornalistas, devem fazer, mas as diretorias atuais, assim como os torcedores, que são os mais afetados com essas decisões.

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